Portugal vai fazer estudos para saber qual a proporção da população que adquiriu imunidade ao novo coronavírus (SARS-CoV-2,), estando a metodologia e a data a ser equacionada pela comunidade cientifica internacional, anunciou hoje a diretora-geral da Saúde.
“Sim, Portugal vai fazer estudos serológicos para saber qual a proporção da sua população que adquiriu imunidade a este vírus”, disse Graça Freitas na conferência de imprensa.
A diretora-geral da Saúde avançou que o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, juntamente com outros países, vai avançar para testes de imunidade, estando a ser estudado “como é que esses testes podem ser feitos e quando é a altura ideal”.
“A imunidade é uma coisa que leva tempo a instalar-se, ou seja, entre a data de infeção e a data em que o nosso corpo começa a produzir anticorpos visíveis há um tempo que temos de esperar. Parece que foi há muito tempo, mas a doença em Portugal começou há cerca de um mês”, disse, sublinhando que a maior parte dos doentes portugueses ainda está em fase de recuperação.
Graça Freitas explicou que o Instituto Ricardo Jorge, em colaboração com os cientistas, académicos e DGS, vai entrar numa fase piloto com outros países, para se perceber o que se está a passar.
“Vamos ter de perceber qual é a altura ideal para fazer o teste, porque, se for demasiado precoce, pode ainda não haver anticorpos e, portanto, temos de encontrar aqui a data ideal”, afirmou, frisando que a metodologia e a data em que os estudos vão ser realizados “estão agora a ser equacionados pela comunidade cientifica internacional”.
Graça Freitas disse também que provavelmente os estudos vão ter de ser repetidos, “para se ver a duração da imunidade”.
“Não basta testar uma vez, é preciso saber se essa imunidade é duradoura ou não. O histórico deste vírus é muito curto, temos de aguardar que o tempo passe para sabermos mais coisas”, precisou.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,2 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram perto de 60 mil.
Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 266 mortes, mais 20 do que na véspera (+8,1%), e 10.524 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 638 em relação a sexta-feira (+6,5%).
Dos infetados, 1.075 estão internados, 251 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 75 doentes que já recuperaram.
Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até ao final do dia 17 de abril, depois do prolongamento aprovado na quinta-feira na Assembleia da República.
Além disso, o Governo declarou no dia 17 de março o estado de calamidade pública para o concelho de Ovar.
Lusa